Não sabemos se Palo Cortado traz mais confusão, mais paixão ou… mais confusão. Bora resolver mais essa. Lembra do Fino?
Se precisar vai lá dar uma relembrada. Às vezes, acontecia do vinho que era separado pra virar nosso amigo palitinho terminar, bem, não virando. Coisa de humor, parece – por um de vários motivos, a flor não se forma direito e aí o vinho não fica daquele jeito.
O capataz responsável, assim que se dá conta de que não vai ter capa de levedura pra proteger o vinho, senta nele uma nova dose de álcool: vai a 17% ou 18%, assim, como acontece no Oloroso, o vinho fica protegido pelo álcool e vive com o oxigênio.
Seria simples assim, se não fossem duas coisas:
- que diferença tem, na prática, um vinho desses de um Oloroso?
- serião que precisa esperar “acontecer” pra, enfim, ter um Palo Cortado?
A resposta pra pergunta 1 a gente te dá logo aqui abaixo. A pergunta 2 é polêmica – na prática, dificilmente um Palo Cortado acontece assim atualmente.
Poucos enólogos e capatazes declaram abertamente como nascem seus Palo Cortado, mas “estudos apontam” que há um jeito mais comum de se estimular a produção hoje, mantendo o caráter e a qualidade elevada:
É comum selecionar vinhos de textura elegante e refinamento aromático (como os que servem para produzir Finos) para um envelhecimento oxidativo. Agora, querendo, dá pra fazer uma misturinha meio dúbia de Oloroso com Amontillado…
palo cortado: NA TAÇA
Náo temos dúvida de que você já ouviu alguém descrevendo e descrevendo e descrevendo um vinho pra chegar a… conclusão nenhuma. Não é raríssimo: muitas vezes por que algumas diferenças e algumas características são mesmo muito sutis e é difícil transpor para palavras.
E isso é quase a definição do Palo Cortado na taça:
sutileza, ambiguidade, dúvida.
Um Palo Cortado é como um irmão do meio entre um Oloroso e um Amontillado. Tem uma elegância, uma delicadeza, que não há nos gorditos Olorosos e, ao mesmo tempo, um volume, uma concentração que não encontramos nos Amontillados.
E é esse meio termo o que seduz tanta gente, além de permitir encaixar em pratos difíceis de harmonizar, mesmo para os padrões de Jerez.
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LA BOTA DE PALO CORTADO
Usar Equipo Navazos para sugerir um vinho de fora do mercado é quase desonesto: primeiro porque os vinhos são mesmo FENOMENAIS, segundo porque eles fazem de tudo, em parceria com um monte de gente. NO ENTANTO, poucos vinhos, mesmo entre os La Bota De… são tão incríveis quanto seus Palo Cortado.
E, entre os que pudemos provar, um sempre se destacou em muito: La Bota 34, produzido em parceria com Fernando de Castilla e o Almacenista Juan Garcia Jarana. Uma das notas de degustação, de diferentes ocasiões, diz simplesmente “FANTÁSTICO”. Outras falam de persistência quase infinita, elegância, concentração.